Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil e alega “caça às bruxas” contra Bolsonaro

GulcBF4XkAA3g3B scaled e1752111341346
GulcBF4XkAA3g3B scaled e1752111341346

Nesta quarta‑feira, 9 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta pública anunciando a elevação para 50% das tarifas sobre todas as exportações brasileiras destinadas aos EUA. A nova alíquota começará a valer em 1º de agosto e será aplicada “separada de todas as tarifas setoriais existentes”.

Trump e a Nova Política Comercial dos EUA

Trump, ao longo de sua presidência, tem implementado mudanças significativas na política comercial.

Trump justificou a medida citando o julgamento do ex‑presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que chamou de “vergonha internacional”, e acusou o Brasil de promover “ataques insidiosos” contra eleições livres e de violar a liberdade de expressão de empresas americanas. Sem apresentação de provas, afirmou que o STF teria emitido “ordens de censura secretas e ilegais” contra plataformas de mídia social dos EUA, sob ameaça de multas e expulsão do mercado brasileiro.

Segundo o documento, o aumento tarifário visa corrigir um suposto “déficit comercial insustentável” dos EUA com o Brasil, atribuível a tarifas e barreiras brasileiras. Trump declarou que, embora compreenda a necessidade de igualdade de condições, manterá a alíquota em 50% “para corrigir as graves injustiças do sistema atual”. No entanto, isentou empresas brasileiras que “construírem ou fabricarem produtos dentro dos EUA”.

Além das tarifas, o presidente instruiu o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, a abrir uma investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, destinada a apurar “práticas comerciais desleais” por parte do Brasil. Esse procedimento pode resultar em sanções adicionais se forem constatadas violações.

Em resposta, o presidente Lula afirmou que o Brasil “não aceitará ser tutelado por ninguém” e anunciou que adotará medidas de retaliação “à luz da lei brasileira de reciprocidade econômica”. Em nota oficial, ressaltou que o processo judicial referente ao episódio de 8 de janeiro de 2023 cabe exclusivamente à Justiça brasileira e que plataformas digitais em operação no país “estão submetidas à legislação brasileira”.

Expansão das tarifas a outros países
Também nesta quarta, Trump incluiu o Brasil em sua segunda leva de notificações, que define alíquotas para 23 nações a partir de 1º de agosto. Entre elas:

  • Argélia: 30%
  • Bangladesh: 35%
  • Brunei: 25%
  • Filipinas: 20%
  • Iraque: 30%
  • Indonésia: 32%
  • Malásia: 25%
  • Sri Lanka: 30%

O presidente informou ainda que, “muito em breve”, aplicará 10% de tarifa adicional a todos os países do BRICS, argumentando que o grupo tenta substituir o dólar como padrão monetário global.

Itamaraty devolve carta e classifica‑a como ofensiva
Na tarde de hoje, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil realizou duas reuniões emergenciais no Itamaratycom representantes da embaixada dos EUA. A embaixadora brasileira para América do Norte e Europa, Maria Luisa Escorel, questionou a autenticidade da carta até receber confirmação do encarregado de negócios norte‑americano, Gabriel Escobar. Em seguida, anunciou que o documento seria devolvido, considerando‑o “ofensivo” e “inaceitável”, e destacando que continha “informações inverídicas” sobre a balança comercial entre os dois países.

Mágson Alves

Mágson Alves

CEO THE ANEXO

| Fotógrafo | Videomaker

Assessor de comunicação

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Não perca