Israel Ordena Evacuação em Gaza Após Morte de 73 Palestinos

Operação militar se expande em meio a negociações de cessar-fogo estagnadas; críticos alertam para agravamento da crise humanitária

20 de julho de 2025 – O Exército Israelense ordenou neste domingo a evacuação de centenas de milhares de civis na região central da Faixa de Gaza, área que até então havia sido poupada de operações terrestres durante o conflito com o Hamas. A região inclui partes da cidade de Deir al-Balah, onde milhares de palestinos deslocados vivem em abrigos improvisados.

Foram distribuídos milhares de folhetos alertando os moradores e deslocados para que deixem imediatamente a área e se dirijam para o sul, à região de al-Mawasi, uma faixa ao longo da costa mediterrânea que Israel designa como uma “zona humanitária segura”, embora tenha sido alvo de ataques anteriores.

Evacuação em massa de civis palestinos em Deir al-Balah, Faixa de Gaza, durante ofensiva militar israelense
Foto de Mohammed Ibrahim na Unsplash

As ordens de evacuação indicam uma ampliação da ofensiva israelense na área central, onde até então as tropas terrestres quase não haviam atuado. “Estamos expandindo as nossas operações para regiões onde não atuamos anteriormente”, disse em publicação no X Avichay Adraee, porta-voz do Exército para comunicações em árabe, exortando a população a buscar refúgio no sul.

Evacuação em Gaza marca avanço da ofensiva militar israelense

No mesmo dia, autoridades palestinas relataram a morte de pelo menos 73 civis que aguardavam ajuda humanitária no norte de Gaza, regiões distintas daquelas afetadas pela nova ordem militar. Muitas dessas mortes aconteceram durante tentativas de receber suprimentos de emergência em meio a um bloqueio severo e contínua hostilidade.

Evacuação em massa de civis palestinos em Deir al-Balah, Faixa de Gaza, durante ofensiva militar israelense
Foto de Mohammed Ibrahim na Unsplash

As negociações para um cessar-fogo mediadas pelo Catar continuam sem avanços, com ambas as partes mantendo exigências incompatíveis e sem previsão para retomada efetiva do diálogo político. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tem argumentado que a pressão militar sobre o Hamas será decisiva para levar o grupo à mesa de negociações.

Enquanto a crise humanitária se aprofunda, órgãos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas e o Papa Leão XIV, têm feito apelos urgentes para a cessação imediata dos combates, ressaltando o sofrimento de milhões de civis. Os deslocados internos aumentam rapidamente, e o acesso de agências humanitárias está cada vez mais restrito devido à segurança precária e à dificuldade logística.

Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, mais de 57 mil palestinos foram mortos, enquanto cerca de 1.200 israelenses perderam a vida nos ataques iniciais e subsequentes. O Hamas mantém cerca de 50 reféns, que continuam sendo um ponto sensível na dinâmica das negociações e do conflito.

Com a ofensiva se intensificando e os esforços diplomáticos emperrados, a população civil da Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, marcada por deslocamentos forçados, escassez de alimentos e uma violência que não cessa.

Contexto do Conflito até o Momento

O atual ciclo de violência entre Israel e o Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo palestino lançou um ataque surpresa que incluiu o disparo de milhares de foguetes e incursões armadas contra cidades e comunidades no sul de Israel. Este ataque causou a morte de mais de 1.200 israelenses e o sequestro de cerca de 250 pessoas, desencadeando uma resposta militar imediata por parte de Israel.

Em retaliação, Israel iniciou uma intensa campanha de bombardeios aéreos sobre a Faixa de Gaza, seguida de um cerco rigoroso à região, bloqueando passagens comerciais e humanitárias. Cerca de 20 dias após o início dos ataques, o exército israelense iniciou uma ofensiva terrestre focada principalmente no norte da faixa, área densamente povoada.

A escalada do conflito provocou uma grave crise humanitária, com milhares de civis deslocados, destruição de infraestrutura essencial e grande dificuldade de acesso a água, alimentos e serviços médicos. Tensões políticas agravaram o impasse: o Hamas mantém como condição a suspensão do bloqueio israelense e a libertação de presos, enquanto Israel insiste na neutralização das capacidades militares do grupo.

Diversos esforços internacionais de mediação, liderados principalmente pelo Catar, buscaram cessar-fogos temporários e negociações, mas até o momento não houve avanços significativos. A continuidade das hostilidades tem agravado ainda mais o sofrimento da população civil, ressaltando a necessidade urgente de soluções políticas e humanitárias.

Além do embate militar, o conflito é parte de uma disputa histórica e complexa envolvendo reivindicações territoriais, questões de identidade e o papel dos atores regionais e globais na busca por uma resolução duradoura.

Mágson Alves

Mágson Alves

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